O geógrafo Aziz Ab’Saber nasceu na pequena cidade de São Luís do Paraitinga (SP) em 24 de outubro de 1924 e faleceu dia 16 de março de 2012, em São Paulo. Era professor honorário do Instituto de Estudos Avançados e professor emérito da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas, ambos da Universidade de São Paulo, e membro da Academia Brasileira de Ciências.
Era um gigante. Um cientista que não perdia a perspectiva política do conhecimento e um professor, que como tal, preocupava-se em professar suas idéias para as mais variadas platéias.
Mas era também um contador de histórias. Histórias cujo tema é pouco comum - a história da Terra.
Mas era também um contador de histórias. Histórias cujo tema é pouco comum - a história da Terra.
Ele contava, para platéias vidradas, como os movimentos geológicos, as mudanças climáticas e a ocupação dos seres vivos conformaram o território que hoje chamamos de Brasil. Para uma audiência menor, uma conversa em sua sala, ele escolhia ora uma ora outra entre as muitas fotografias de satélite que tomavam uma enorme mesa, e falava daquela pequena porção desse imenso país. “Lia” as cores da foto como se fosse um texto e contava, mostrando os detalhes de colorações vibrantes, como os movimentos das rochas e as geleiras dos glaciais de milhares de anos atrás influenciam as atividades e a vida das pessoas nos dias de hoje ou como, nos interglaciais, toneladas de areia dos planaltos foram levados pelas águas formando os nossos pantanais. Indicava os tipos de solo, vegetação, usos da terra como quem lê a pauta de uma música. Uma música contínua da qual fazemos parte.
Um pouco desse contador da história da Terra, junto com o cientista, o político, a pessoa, enfim o brasileiro que era, ficou registrado na entrevista realizada em 1992 pelo programa Roda Viva da TV Cultura, postado a seguir.
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